VIDA COM GRAÇA

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Saias evangélicas ou mentes evangélicas Bráulia Ribeiro


Estava lendo a VEJA outro dia e descobri que existem fábricas de confecção especializadas em roupas evangélicas. A revista mostrava várias fotos de uma modelo elegante vestida de evangélica. As roupas até que nem eram feias, nem a reportagem claramente pejorativa. Parecia uma matéria factual, sem tendências, que se atinha a mostrar este setor especializado como a descoberta de um novo nicho de mercado…

Uma coisa destas numa revista de circulação nacional deve nos fazer parar para pensar. Resta saber que ferramentas mentais vou usar para pensar. Afinal de contas, pensar não é fácil e definitivamente temos aprender como. Posso pensar com minha mente carnal, com minha crente brasileira, com mente cristã, e mais umas tantas outras, mas vamos focalizar nestas três no momento.

A mente carnal gosta de sucesso, fama, projeção… “-Puxa que bom, estamos na VEJA, isto é sinal que dentro em pouco, quem sabe entraremos em grande estilo nas novelas da Globo, protagonizando romances do tipo dos que acontecem na vida real “evangélica”, fora ou dentro do casamento, não importa, desde que seja da vontade de Deus…” (nesta hora a mente carnal sabiamente substitui a vontade humana pela de Deus, mas tudo bem, já sabemos que ela é carnal mesmo, e sua especialidade é usar subterfúgios religiosos para nos enganar). Já estamos na Caras também, o que combina com a pregação de prosperidade que temos nas nossas igrejas, que benção dentro em breve conquistaremos todos os ricos e famosos do Brasil e nossa renda aumentará em muito..”. E por aí a mente carnal iria, neste território, se felicitando pelo feito, pensando em novos mercados para os crentes, água mole em pedra dura, tanto batemos com nosso estilo evangélico de ser, que finalmente conquistamos espaço…

A mente crente brasileira mais genérica se aproxima um pouco da carnal, infelizmente: “-Ah, bom, estamos na veja sinal de que a sociedade está nos respeitando, e olha só estamos “discipulando” o Brasil numa das coisas que ele mais precisa, na bandalheira são as roupas das mulheres, e com esta conquista de mercado, quem sabe conseguiremos tornar as brasileiras menos sensuais, abaixo a imoralidade, vamos orar contra, e fazer um culto de adoração, porque vestimos o bumbum do Brasil.” É, esta me parece ser a reflexão da mente crente mais comum mas pode ser que hajam algumas variações aqui e ali. Pode haver um grupo que vai se envergonhar, e neste grupo estão os crentes “modernos” que tem como prática cristã o não ter ética no vestir. Mas mostramos o tempo todo que queremos ganhar a moralidade na marra, pensamos que com “nãos-nãos, sai-sais, e quebra-quebras”, vamos mudar as pessoas. Pensamos em moral como algo externo, estabelecemos com mais facilidade o que é a prática cristã do que o que é a ética cristã.

Agora vem a dificuldade. Deveria colocar aqui o que pensaria o que considero ser a mente cristã ao ver aquela notícia na Veja. Mas para meu horror, e espero que te cause o mesmo horror que a mim, verifico que não é fácil pensar com uma mente cristã. Parece que tal coisa a mente puramente cristã, desprovida de religiosidade e vícios culturais, a mente não secularizada, não influenciada pela visão de mundo pós-moderna, não embotada por anos de religiosidade alienante, não existe… Tenho que concordar com o autor Harry Blamires[1] que escreveu um livro para dizer que no mundo atual não existe um pensamento cristão, ou uma mente cristã. Existe a ética cristã, a prática cristã, a espiritualidade cristã. Mas do pensamento cristão, nós crentes estamos longe. O pensamento cristão pensa tendo como referência a Bíblia e a revelação da pessoa de Deus sobre tudo o que existe. Para o pensamento verdadeiramente cristão, não há diferença entre secular e sagrado, religioso e profano. O pensamento cristão não deveria se ocupar apenas do que é religioso e diz respeito à igreja, porquê Deus não criou apenas a igreja, ele primeiramente criou o mundo inteiro.

Tudo o que nos rodeia deveria ser revisto pela ótica divina. Todas as idéias nos interessam as tendências, as sociedades, as sub-culturas. A mente cristã a todos ouve e não se fecha dogmaticamente diante de rótulos. Muitas vezes concebemos um Deus religioso olhando para este mundo, e colocando pessoas em caixas. Este Deus olha e vê uma mulher gritando. Ela foi oprimida por uma cultura machista e repressora, vítima de violência física e abusos de todo tipo. Seu grito que corta o ar é: - “Abaixo a violência contra a mulher!!” Deus olha, franze o cenho e diz: –“ Hum… ela é apenas mais uma feminista. Vá obedecer os homens, muié sem vergonha!!”

Na esquina tem outro grupo. Desta vez são sem-terra honestos, precisando de terra e de pão. Deus se lembra de ter ouvido este clamor antes, nas obras de Portinari dos homens com mãos grandes, no romance de Graciliano Ramos, quando a migração se dá no inverso, no lirismo da música do Chico Buarque:

“Zanza daquiZanza pra acolá Fim de feira, periferia afora A cidade não mora mais em mim Francisco, Serafim Vamos embora[2]

Mas Ele finge não saber de nada disto porque são coisas “do mundo” e rapidamente se recupera daquele momento de compaixão, lembrando-se de que é um religioso, o próprio Deus afinal de contas, e de que não deve se misturar com estas coisas de políticas humanas, afinal no que Lhe interessa são as almas e faz um muxoxo, dizendo com reprovação: “Marxistas…”

Depois, um pouco entediado consigo mesmo talvez, se volta para seus crentes e se põe a vigiar-lhes o comportamento para saber se vai recompensar-lhes ou não segundo as suas obras…

Felizmente esta é a visão que nós temos de Deus e não a visão que a Bíblia nos passa. O verdadeiro pensamento cristão integra o mundo e suas necessidades com a fé, entendendo o Deus que na Bíblia se importa sim com desigualdades sociais e faz leis e sanções á respeito, se importa com os oprimidos e miseráveis, se torna o Deus das viúvas e dos órfãos. Deus não tem medo de pensar porque ele não teme perder a fé em si mesmo, aliás ele chama os maiores pensadores do mundo para a argumentação. (A bíblia está cheia de “vinde e arrazoemo-nos, mas não traz nem uma vez uma afirmação do tipo: “-em comunicado especial Deus afirma que ele existe sim, e que não devemos duvidar de sua existência.”) Não nada disto, Deus não se preocupa em afirmar-se, apenas diz: – “o estúpido diz para si mesmo que eu não existo, e todos os homens são indesculpáveis porque os céus gritam para todo lado não só minha existência, mas minha glória…”

- Xiiii…. Peraí, vai com calma Deus não se mostre tanto assim, porque pensamos que conhecer sua existência é privilégio dos evangélicos…

Mas Deus parece nem notar que somos assim exclusivistas e vai se revelando a justos e injustos… Nem todos os seguem, é verdade, mas até bêbados, na verdade ex-bêbados como o João Ubaldo quando querem dar uma “brechadinha” nas verdades de sua revelação pessoal conseguem, afinal está tudo tão claro ali na Palavra… Quando escreveu o conto: “O Santo que não acreditava em Deus, João Ubaldo à moda do João da Bíblia entendeu que a essência de Deus é amor e não religião, e visualizou um Jesus se encarnando hoje, de repentinho, no sertão nordestino. E este Jesus se chama Salvador, e não se importa se as pessoas são religiosas ou não, mas ao andar vai conhecendo a cada um, revelando seus segredos para elas mesmas, amando os desamados e respeitando os desrespeitados, tudo isto porquê é com cordas de amor que Ele nos atrai e não com cordas de preconceito e religiosidade.

Nem o cinema ele discrimina e se revela nas mãos de diretores como Spielberg, falando contra o nazismo, o racismo, no rosto de atrizes como Fernanda Montenegro em Central do Brasil, encontrando o amor e a moral numa caminhada com um menino sem pai.

Deus é assim, um cara mais legal do que o que a gente pensa. E o pensamento cristão se existisse como Ele, Deus, existe olharia com surpresa para a tal roupa evangélica. Mas roupa evangélica? Diria a mente cristã: Cadê o amor evangélico, a redenção social evangélica, a transformação de valores evangélica? Mas a surpresa e o choque pela ausência de idéias tão essenciais não lhe impediria de continuar tentando nos ensinar a pensar.

Bibliografia

[1]“The Chrisitian Mind” – Henri Blamires (www.godlife.com)
[2]Assentamento, Chico Buarque, 1997


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/08/saias-evangelicas-ou-mentes-evangelicas.html#ixzz1UkNj8pVS
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Saias evangélicas ou mentes evangélicas

Saias evangélicas ou mentes evangélicas

terça-feira, 9 de agosto de 2011

SER CHIQUE SEMPRE - GLÓRIA KALIL



Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida. Chique mesmo é ser discreto. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras. Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio. Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuaçõe inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta. É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar-se do aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver numa reunião ou sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia. Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite! Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, ganância, agressão, intolerância, ateísmo...falsidade. Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta. Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus! Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos! GLÓRIA KALLIL

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma Conversa com o Nazareno


Por Carlos Moreira

Entrei no bar por volta das dez da noite, queria tomar uma cerveja, relaxar. Não planejava encontrar com ninguém, queria mesmo era ficar só. Pra falar a verdade, eu admitia outras presenças, mas não as pessoas que eu conhecia. Será que eu as conhecia mesmo?

Pedi ao garçom uma Bohemia. Não estava gelada, mesmo assim tomei-a rapidamente, sorvendo-a em grandes goles. Eu estava com "sede"!

Foi só depois da terceira garrafa que olhei na mesa ao lado e tive uma grande surpresa. Lá estava ele, tomando uma cerveja como eu. Esfreguei os olhos como sempre fazia quando via coisas que não deveria ver e voltei a olhar para a mesa do lado. Para o meu espanto, era mesmo ele, bem ao meu lado, num bar, Jesus de Nazaré.

Não estava usando roupas brancas e reluzentes como o pintaram os artistas renascentistas, nem muito menos tinha cabelos longos e olhos azuis, como o Cristo ariano. Antes, os seus cabelos eram curtos e crespos.


Olhei para a sua mesa e vi com espanto que ele estava na quarta cerveja enquanto eu tinha tomado apenas três. Neste exato momento, ele olhou para mim com simpatia e profundidade, ergueu o copo americano no qual bebia e propôs um brinde a distância.

Depois disso me convidou para sentar com ele a sua mesa. Não hesitei, ergui-me um pouco zonzo e num pulo só fui até onde ele estava. Ele sorriu carinhosamente e disse: “você parece um pouco triste”.

Respondi com uma avalanche de perguntas: “O que você faz aqui? Por que freqüenta este lugar? Ele é digno de você? Isto não é contra os princípios religiosos?

Ele me olhou outra vez, agora com ar inquiridor e fez uma pergunta retórica; “Por que não freqüentaria?”

“Bom, eu achei que o seu lugar fosse na igreja, nos altares, nos sermões, compondo os credos... Ele me respondeu: “Altares são prisões, sermões são meras peças oratórias, credos são fórmulas vazias, como, aliás, também são vazios os seus formuladores.

Na verdade, estou aqui porque me expulsaram dos templos, enxotaram-me de lá, construíram uma estrutura na qual não havia lugar para a verdade, por isso venho sempre aqui.

“Mas não foi você mesmo que fundou a igreja e que chamou os apóstolos? Nos evangelhos não estão escritas as suas palavras que dizem: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja? Não foi você quem disse isso?”

“Você não entendeu nada do que eu disse, nem você e nem aqueles que se dizem meus seguidores. Você não entende o que eu falo por que as suas idéias são preconcebidas. Mesmo antes de se dirigir a mim, você já tinha um arcabouço de idéias prontas na cabeça. Você procura em mim apenas a legitimidade para endossar aquilo que você já decidiu que era verdade!”

“Viu, por exemplo, como você achava que eu não poderia estar aqui neste lugar? A essa altura, depois de ter lido tantas vezes a Bíblia, e de ter freqüentado tanto a igreja, você já deveria saber que são as pessoas que fazem o lugar e não contrário”.

Dito isto ele tomou um grande gole de cerveja e continuou: “Vocês não dizem que eu sou onipresente, por que eu não estaria aqui também? Ah, já sei, estes jargões só servem para algumas situações, para outras não, não é?”

“Vocês cristãos de brincadeirinha me transformaram em um fantasma, em um ghost no melhor estilo platônico, mas quando o meu pai resolveu enviar-me para o seu planeta, a primeira coisa que fez foi tornar-me homem. A expressão “se fez carne” lhe diz alguma coisa?”


“Eu sou carne, como você. Eu não sou nada do que disseram de mim. Eu não flutuo, não pego carona em nuvem de algodão, não sou transparente como vidro... sou carne entende? Isso mesmo amigo, carne”. Disse tudo isso enquanto eu o olhava atônito.

“Minha carne, porém, não me aprisiona, como faz a sua no melhor estilo grego. Nesse particular, reconheço, sou legitimamente judeu. Para mim, o corpo é meio de vida e não instrumento de morte. Dionísio e não Apolo, entende?”

“E tem mais, a imagem que a tradição cristã preservou de mim não é nada do que eu queria. A cruz foi real e dolorosa, mas não era ela que eu queria ver associada ao meu nome.” Nessa hora, parei, respirei fundo e disse: “Me perdoe, mas você está louco”. “Não era como um moribundo desfigurado e ensangüentado num madeiro que eu queria ser conhecido pela posteridade. Gostaria de ter ficado marcado na mente de vocês de outra forma”. Ele continuava falando, e cada palavra era uma sentença, uma flecha encravada nas minhas convicções.

Neste ponto interrompi-o e perguntei: “E como você gostaria de ter sido lembrado pelos homens que vieram depois de você?” Ele sorriu e me disse: “Como mestre, como professor. Eu queria ter sido associado com alguém que ensina e não com alguém que morre violentamente. Os que morrem violentamente só suscitam horror e pena”. Eu continuava a escutá-lo, mas agora já não mais o inquiria.


“Gostaria que quando as pessoas se lembrassem de mim, a imagem que viesse a cabeça delas fosse a de alguém entre elas, misturado com os homens, instruindo-os. A grande falácia da religião foi me separar das pessoas, retratarem-me numa cruz longínqua fincada no topo de um monte sombrio”.

Depois continuou: “Pense nisso amigo, reflita sobre estas coisas. Era em um bar que eu planejava me encontrar com você, e não em um templo, embora tenha ido lá algumas vezes”. Tendo dito isto, pagou a conta, levantou-se e desapareceu pelos becos escuros da cidade enquanto os cães latiam ao vê-lo passar.

Quanto a mim, precisei de alguns minutos para me recompor de tudo quanto ouvi do nazareno. Quando voltei à razão, o copo logo a minha frente estava vazio, como se alguém tivesse acabado de bebê-lo.

sábado, 6 de agosto de 2011

EU TE AMO... NÃO DIZ TUDO! Arnaldo Jabor

EU TE AMO... NÃO DIZ TUDO!

Você sabe que é amado(a) porque lhe disseram isso?

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,

Que zela pela sua felicidade,
Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,

Que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas,
E que dá uma sacudida em você quando for preciso.

Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,

É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
Sem inventar um personagem para a relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

O EVANGELHO PIRATA



Vivemos num mundo da pirataria. Tudo hoje é piratiado. Tem um amigo meu que escreveu no seu MSN: Sou totalmente contra a pirataria; jamais atacaria um navio.
Claro que ele está fazendo uma piada... Mas eu pretendo, mesmo que rindo, falar de forma séria sobre o tema proposto que é O EVANGELHO PIRATA. Num mundo de pirataria sobrou também para o Evangelho a piratiação de sua essência. No mercado comum, o que é piratiado são produtos de uma qualidade muito maior e com um valor exorbitante. Sendo assim o recurso encontrado para a comercialização de tais produtos é a PIRATARIA. O que é a pirataria?
Já no mercado da fé, o produto que é piratiado também é de um valor exorbitante, o sangue de Cristo é quem pagou, mas querem piratiar, para que o sangue não seja o único valor, mas que outros valores sejam acoplados ao sacrifício vicário.
No mercado popular quando um produto é piratiado o dono do produto é lesado, não recebe nada do produto, enquanto no mercado da fé o preço do produto é lesado, o valor torna-se insignificante em relação ao que é apresentado, ou seja, o produto ganha valores de ordens pessoais e promocionais.

O que acontece no mercado da fé com o EVANGELHO?
1 – No mercado da fé o evangelho tem status secundário porque a LEI tem supremacia sobre a Graça. Nesse mercado não tem o “Ouviste o que foi dito de Jesus...”. Não tem a interpretação de Cristo sobre a Lei. E aqui quero fazer distinção entre LEI, moral e ética.
MORAL = conjunto de costumes de uma sociedade.
Ex.: No A.T. era permitido um homem ter mais de uma mulher. Era moralmente aceito. Só existia adultério quando havia uma relação de homem com uma mulher casada, porque se fosse solteira não se configurava adultério.
Outro exemplo é na África onde tem comunidades que o homem pode ter até sete mulheres.
LEI = é que normatiza um conceito e faz dele uma obrigação.
Ex.: Cinto de segurança
ÉTICA = Princípio e valores que fundamentam uma moral ou lei.
Ex.: Na ética de Moisés um judeu deveria amar o outro judeu conforme a si mesmo. Na ética de Jesus, ele muda: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros conforme eu vos amei.”
Para elucidar ainda melhor o que estou querendo dizer, trago aqui um fato histórico bem conhecido. Nos EUA, era moralmente aceito fazer piadas de negros e descriminá-los. Vem um camarada chamado Martin Luther King Jr., e diz eu sonho...

O que acontece no mercado da fé com o EVANGELHO?
2 – No mercado da fé o Espírito de Deus é um acusador. Vitimiza as pessoas com a prerrogativa de estar tratando, não é isto que diz a bíblia. E nem o evangelho.

O que acontece no mercado da fé com o EVANGELHO?
3 – No mercado da fé as pessoas vivem ainda na sombra (Col. 2:17). Estes eram preceitos apenas temporários, que terminaram quando Cristo veio. Eram apenas sombras da realidade - do próprio Cristo.

O que acontece no mercado da fé com o EVANGELHO?
4 – No mercado da fé o evangelho é escravizador (Gálatas 2:4; 5:1; Colossenses 2:20-23).
Essa questão foi levantada porque alguns falsos irmãos infiltraram-se em nosso meio para espionar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão. Gálatas 2:4
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. Gálatas 5:1
á que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras:
"Não manuseie!", "Não prove!", "Não toque!"?
Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.
Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne. Colossenses 2:20-23