Hoje quando acordei, lembrei que era Dia dos Pais, e mais um
ano, estou sem o meu. Triste? Não. Jamais! Saudade? Sim e muitas!
Apesar de compreender meu pai de fato depois de sua morte, aprendi
com ele muita coisa e com seu caráter, como homem, como gente, como pessoa honesta,
ficou imprimido em mim... A minha divergência enquanto filho imaturo, era por
questões morais e algumas vezes afetivas, porém, hoje, sei que sua irreverência
era a MARCA de uma pessoa livre, sem medo, sem preconceito, sem rabo preso, sem
conchavos, sem disse-me-disse... Sem religiosidade!
Ah! Meu Pai! Ele era o cara! Vivia o hoje, a vida, a
circunstâncias.... Lembro-me a primeira vez que fui a escola e ele me levou –
Ilha do Fundão: Escola Municipal Tenente Antonio João, próximo ao seu trabalho,
e depois, me deixava ir sozinho pra que eu acostumasse a desbravar o mundo...
Suas histórias pareciam de filmes, e eu, meio que absurdado
e racionalizando,
Algumas vezes eu o vi chegando em casa com a roupa rasgada e
perguntava pra ele o que tinha acontecido e ele me dizia: uns caras foram me
assaltar e não deixei. Sua valentia me dava medo de perdê-lo cedo demais...
Quem foi meu pai? Dizer que foi somente um herói seria
desconsiderar toda sua história, até porque não foi um “pai certinho”, mas foi
um Pai. Dizer que foi um “malvado” seria negar toda sua importância em minha
história de vida... Então quem foi meu pai? Ah! Meu pai foi meu pai e ponto,
mas nunca esquecerei sua liberdade, sua “malandragem” e sua irreverência
sarcástica cheia de palavrões com pitadas de sabedoria.
Saudades, meu pai! Que eu caminhe com honestidade e saiba
colher tudo o que o senhor plantou na minha vida. Te amo!
De Agnaldo Silva para Jorge Silva (In Memorian)
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